Federação Bahiana de Futebol divulgou a alteração no horário dos jogos Itabuna X Bahia e Vitória da Conquista X Vitória, válidos pela 27ª rodada do Campeonato Baiano de Futebol Profissional – 1ª Divisão 2008.
Confira a nova programação:
Data: 01/05/08
Horário: 17 horas
Jogo: Vitória da Conquista X Vitória
Estádio: Lomanto Júnior
Data: 01/05/08
Horário: 17 horas
Jogo: Itabuna X Bahia
Estádio: Luiz Viana Filho
quarta-feira, 30 de abril de 2008
VERMELHOS
PCdoB é distinguido pelos profissionais da dança
Todo o "mundo" da dança em Salvador, e contando com a representatividade do ator Sérgio Mamberti, diretor de Identidade e Diversidade do Ministério da Cultura, compareceu à sessão especial, requerida pela vereadora Aladilce Souza em parceria com a deputada federal Alice Portugal, ambas do PCdoB, para comemorar o Dia Internacional da Dança, transcorrido neste 29 de abril. Lotaram as dependências do Espaço Cultural da Câmara. A principal bandeira de luta dos profissionais da dança de todo o país, envolve repúdio a parecer favorável da deputada Fátima Pelaes (PMDB) ao projeto de lei do deputado Pedro Pedrossian (PTB). A legislação tenta vincular a categoria ao Conselho Federal de Educação Física e não à área artística. Os parlamentares do PCdoB foram festejados pela categoria como os mais vinculados à luta que monta barricada em um Fórum Nacional, por falta de tradição e representatividade sindical. A vereadora Olívia Santana, prefeiturável do partido, foi ovacionada ao defender a criação de uma Secretaria de Cultura, desvinculada da Educação, em Salvador
Todo o "mundo" da dança em Salvador, e contando com a representatividade do ator Sérgio Mamberti, diretor de Identidade e Diversidade do Ministério da Cultura, compareceu à sessão especial, requerida pela vereadora Aladilce Souza em parceria com a deputada federal Alice Portugal, ambas do PCdoB, para comemorar o Dia Internacional da Dança, transcorrido neste 29 de abril. Lotaram as dependências do Espaço Cultural da Câmara. A principal bandeira de luta dos profissionais da dança de todo o país, envolve repúdio a parecer favorável da deputada Fátima Pelaes (PMDB) ao projeto de lei do deputado Pedro Pedrossian (PTB). A legislação tenta vincular a categoria ao Conselho Federal de Educação Física e não à área artística. Os parlamentares do PCdoB foram festejados pela categoria como os mais vinculados à luta que monta barricada em um Fórum Nacional, por falta de tradição e representatividade sindical. A vereadora Olívia Santana, prefeiturável do partido, foi ovacionada ao defender a criação de uma Secretaria de Cultura, desvinculada da Educação, em Salvador
SECRETÁRIO NOVO
Logo mais às 10 horas toma posse o novo secretário de Governo da Prefeitura de Itabuna, Luís Fernando Guarnieri, que substitui a também advogada Cleide Oliveira.
Guarnieri ocupava o cargo de assessor-jurídico da Fundação de Atenção à Saúde de Itabuna (FASI), mantenedora do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães.
Guarnieri ocupava o cargo de assessor-jurídico da Fundação de Atenção à Saúde de Itabuna (FASI), mantenedora do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães.
NESSES TEMPOS BICUDOS
Britto alerta para grampo em jornais e estado de bisbilhotice
"Se não nos preocuparmos mais com esse estado de bisbilhotice que cresce no Brasil, vamos começar a enfrentar problemas com grampos ilegais e monitoramento de informações também nos veículos de imprensa. A vítima, nesse caso, não é só o jornalista, mas a sociedade, que perderá o direito constitucional que possui de ser bem informada". A afirmação foi feita terça-feira (29) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ao integrar painel da III Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa, realizada no auditório da TV Câmara, em Brasília. Na ocasião, debateu-se a lei de imprensa, a atuação do Jornalismo em suas diversas formas e a censura prévia no Brasil.
(Fonte http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=13440)
"Se não nos preocuparmos mais com esse estado de bisbilhotice que cresce no Brasil, vamos começar a enfrentar problemas com grampos ilegais e monitoramento de informações também nos veículos de imprensa. A vítima, nesse caso, não é só o jornalista, mas a sociedade, que perderá o direito constitucional que possui de ser bem informada". A afirmação foi feita terça-feira (29) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ao integrar painel da III Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa, realizada no auditório da TV Câmara, em Brasília. Na ocasião, debateu-se a lei de imprensa, a atuação do Jornalismo em suas diversas formas e a censura prévia no Brasil.
(Fonte http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=13440)
VENDA DA FACSUL
A direção da Facsul promete para a próxima terça-feira (06) dar início ao processo de transição para a IUNI Educacional, que adquiriu recentemente a FACSUL e a FACDELTA.
Até agora os professores, funcionários e alunos ainda não foram comunicados oficialmente da mudança, o que gera uma apreensão entre eles.
O receio, sobretudo dos funcionários, é que os novos donos resolvam fazer um processo de reengenharia, começando pela demissão em massa.
Nesses tempos petistas, nada é descartado.
Até agora os professores, funcionários e alunos ainda não foram comunicados oficialmente da mudança, o que gera uma apreensão entre eles.
O receio, sobretudo dos funcionários, é que os novos donos resolvam fazer um processo de reengenharia, começando pela demissão em massa.
Nesses tempos petistas, nada é descartado.
terça-feira, 29 de abril de 2008
JUSTIÇA MANDA DERRUBAR CAFOFO
Por determinação judicial (2ª Vara da Fazenda Pública), a Câmara de Itabuna derrubou um "cafofo" construído na rampa de acesso ao plenário da Casa.
O prédio da Câmara é de propriedade da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), que impetrou Ação de Nunciação de Obra Nova contra o tresloucado gesto do presidente Edson Dantas.
O prédio da Câmara é tombado e faz parte do patrimônio arquitetônico, artístico e cultura de Itabuna, conforme a Lei Orgânica do Município de Itabuna, promulgada pelos próprios vereadores.
Veja as fotos com o "cafofo" e depois de destruído.
ANSIOSOS
Professores, funcionários e alunos da Facsul aguardam, ansiosamente, a anúncio da transferência do controle da Facsul.
Querem conhecer o perfil dos novos proprietários e quais as intenções de investimentos na faculdade.
O grupo Iuni comprou somente o fundo de comércio; a base física continua com a família Valente.
Querem conhecer o perfil dos novos proprietários e quais as intenções de investimentos na faculdade.
O grupo Iuni comprou somente o fundo de comércio; a base física continua com a família Valente.
MARTELO BATIDO
O professor Marcelo Valente, finalmente, acertou a venda da Facdelta e Facsul para o grupo Iuni Educacional, de Cuiabá, Mato Grosso.
Pelo acordo, o professor Marcelo Valente e uns poucos diretores, continuariam na direção das faculdades até o final do ano.
O negócio envolveu cifras superiores a R$ 25 milhões e movimentou o mercado de ensino superior do Brasil.
Além do grupo Iuni Educacional, pretendiam assumir a Facsul e Facdelta, as faculdades Estácio de Sá, Unip e Sistema COC, além de alguns bancos de investimentos, entre eles o Pactual.
Pelo acordo, o professor Marcelo Valente e uns poucos diretores, continuariam na direção das faculdades até o final do ano.
O negócio envolveu cifras superiores a R$ 25 milhões e movimentou o mercado de ensino superior do Brasil.
Além do grupo Iuni Educacional, pretendiam assumir a Facsul e Facdelta, as faculdades Estácio de Sá, Unip e Sistema COC, além de alguns bancos de investimentos, entre eles o Pactual.
DEU NO CLÁUDIO HUMBERTO
"Ousadia: Venezuela pressiona STF
A arrogância do governo da Venezuela extrapola limites: a cônsul-geral de Hugo Chávez no Brasil, Grisette Corvo, divulga na internet "manifesto" ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, em defesa da demarcação das terras indígenas em Roraima. A cônsul ainda tem a petulância de criticar militares brasileiros, como o general Augusto Heleno, que contestam reservas contínuas como a Raposa Serra do Sol."
http://www.claudiohumberto.com.br/
A arrogância do governo da Venezuela extrapola limites: a cônsul-geral de Hugo Chávez no Brasil, Grisette Corvo, divulga na internet "manifesto" ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, em defesa da demarcação das terras indígenas em Roraima. A cônsul ainda tem a petulância de criticar militares brasileiros, como o general Augusto Heleno, que contestam reservas contínuas como a Raposa Serra do Sol."
http://www.claudiohumberto.com.br/
ATÉ TU, RONALDINHOOOOOOOOOOOooooooooo
Causo ontem o maior fuzuê o entrevero provocado pelas três travecas do Rio de Janeiro e o milionário jogador Ronaldo, o fenômeno.
Foram parar – os quatro, como qualquer dos mortais favelados – numa delegacia para explicar o buxixo.
Elas dizem que foram contratadas para um programa pelo craque; ele diz que contratou três meninas e foi enganado por elas (será?).
Na dúvida, o delegado disse que a melhor versão era a apresentada por Ronaldo, o fenômeno, é claro.
Que suruba complicada!
Já não mais se preserva os segredos de alcova, nem mesmo com o pagamento em espécie!
Foram parar – os quatro, como qualquer dos mortais favelados – numa delegacia para explicar o buxixo.
Elas dizem que foram contratadas para um programa pelo craque; ele diz que contratou três meninas e foi enganado por elas (será?).
Na dúvida, o delegado disse que a melhor versão era a apresentada por Ronaldo, o fenômeno, é claro.
Que suruba complicada!
Já não mais se preserva os segredos de alcova, nem mesmo com o pagamento em espécie!
ALARMANTE
Sinais dados pelo presidente da República, Lula da Silva, de que poderia ser dado aumento no preço dos combustíveis deixar a Nação alarmada.
Especialistas entendem que, mesmo com os preços estratosféricos vigentes no mercado internacional, o Brasil e a Petrobrás passaria sem esse aumento, tendo em vista a baixa do dólar e a crescente produção brasileira.
PREOCUPANTE
No Alto Beco do Fuxico e adjacências, especialistas etílicos temem que esse reajuste imposto pelo presidente Lula venha ser responsável também e consequentemente, pela elevação do preço da cerveja, monopolizado (isso mesmo) pela Ambev.
Os confrades do Alto Beco do Fuxico prometem resistir!
Até quando...niguém sabe!
Especialistas entendem que, mesmo com os preços estratosféricos vigentes no mercado internacional, o Brasil e a Petrobrás passaria sem esse aumento, tendo em vista a baixa do dólar e a crescente produção brasileira.
PREOCUPANTE
No Alto Beco do Fuxico e adjacências, especialistas etílicos temem que esse reajuste imposto pelo presidente Lula venha ser responsável também e consequentemente, pela elevação do preço da cerveja, monopolizado (isso mesmo) pela Ambev.
Os confrades do Alto Beco do Fuxico prometem resistir!
Até quando...niguém sabe!
segunda-feira, 28 de abril de 2008
ENCONTRADO
Finalmente os assessores do deputado Capitão Fábio encontraram o proprietário do bar "Artigos para Beber", Eduardo Gomes, e entregaram, solenemente, o indigitado ventilador.
O pessoal contou com a ajuda de Juvenal Maynart, que veio de Salvador para participar da inauguração do dito equipamento responsável pela frescura do local.
O pessoal contou com a ajuda de Juvenal Maynart, que veio de Salvador para participar da inauguração do dito equipamento responsável pela frescura do local.
PROCURA-SE
Assessores do deputado Capitão Fábio procuram por toda a cidade o proprietário do Bar "Artigos para Beber", instalado no Alto Beco do Fuxico e que serve como uma das trincheiras da Confraria do Alto Beco do Fuxico.
O motivo da busca é a instalação de um aparelho ventilador para equipar o estabelecimento, que teima em tratar os clientes como se fosse uma sauna.
A atitude do deputado Capitão Fábio foi tomada num dos sábados encalorados de Itabuna, durante uma incursão pelo bar.
O motivo da busca é a instalação de um aparelho ventilador para equipar o estabelecimento, que teima em tratar os clientes como se fosse uma sauna.
A atitude do deputado Capitão Fábio foi tomada num dos sábados encalorados de Itabuna, durante uma incursão pelo bar.
domingo, 27 de abril de 2008
Exemplo de democracia
Mesmo encastelados no Alto Beco do Fuxico, os confrades costumam frequentar outros botecos congêneres e reputação ilibada, a exemplo do ABC da Noite, pilotado pelo Caboclo Alencar, uma das mais exaltadas personalidades da indústria etílica do Sul da Bahia, quiçá do Brasil.
Na foto, o então sindicalista Lula inda não se envergonhava de ser chamado de colega biriteiro pelos confrades do Beco.
Bons tempos, aqueles!
Somente a título de informação, os confrades do Alto Beco do Fuxico aprovaram, em assembléia geral extraordinaria, Moção de Repúdio contra declarações do agora presidente Lula, negando tal condição cachacista.
Uma pena, mas uma foto vale mais que mil palavras.
A prova é cabal.
sábado, 26 de abril de 2008
Alto Beco em festa
As comemorações pelos 25 anos do Bar de Ithiel reuniu a nata... Nata não, que lembra leitinho: a elite etílica de Itabuna!
Um pano de prato, devidamente encardido, escondia o que seria o marco da comemoração dos 25 anos do Bar de Ithiel, uma placa comemorativa, levemente pendida à esquerda, para lembrar não só o espírito democrático, como também a função do lugar, que não é outra senão a de deixar seus selecionados clientes também levemente tortos. Boteco-símbolo do trecho mais nobre do famoso Beco do Fuxico, o Alto Beco, o Bar de Ithiel chega às bodas de prata reverenciando freqüentadores ilustres, lamentando a ausência de outros e ganhando fôlego para outro quarto de século. Para descerrar a placa, o escolhido foi o advogado Pedro Carlos Almeida, o Pepê, o mais assíduo e com mais horas de mesa e de levantamento de copos entres os freqüentadores.
O descerramento da placa foi o ponto alto da comemoração, mas a festa teve ainda som ao vivo, com o lendário Zé da Bateria – agora numa pós-moderna e harmoniosa parceria com um teclado – e a presença de muitos dos tradicionais freqüentadores, alguns devidamente acompanhados de suas resignadas e compreensivas esposas. Teve também discurso, solenemente proferido pelo engenheiro agrônomo Paulo Fernando Nunes da Cruz, o Polenga, que reverenciou os tradicionais, lembrou os ausentes e conseguiu mais 25 anos de perdão para todos ao homenagear as esposas ali presentes. Para forrar o estômago foi providenciado churrasquinho de gato, acarajé e abará. Para lavar a alma, cerveja, muita cerveja.
À festa, organizada por Zé Senna, também se integrou outro boteco bem freqüentado, o Artigos para Beber, comandado por Eduardo. O nome é uma bem-humorada referência ao antigo armarinho, especializado em produtos para recém-nascidos, cujo nome era Artigos para Bebês. Além do intercâmbio de clientes, os dois bares mantêm a tradição de só aceitar pessoal selecionado, entendo-se por essa expressão clientes tradicionais ou indicados, reprovando completamente a aparição de bêbados desconhecidos ou bagunceiros de qualquer espécie.
Mais 25
A Confraria do Alto Beco e o Bar de Ithiel sobrevivem a crises financeiras, a prefeitos, governadores e presidentes, além de gestões internas, discussões sociais e humanísticas e, principalmente, ao tempo. O tempo, agente implacável, mostrou ter sucumbido suas forças a este boteco que se mantém entre os mais conservados e conservadores da região. A fórmula talvez esteja menos no bar que nos próprios freqüentadores, uma elite etílica, alimentada por um sentimento de amizade e, também, claro, por quitutes e cerveja bem gelada.
A meta agora é resistir e poder comemorar os 50 anos. Até porque, o dourado das bodas de ouro certamente se aproxima mais do tom amarelado da cerveja, marca maior do Bar de Ithiel, uma vez que a prata dos 25 anos lembra o branco, da branquinha, artigo que é ser consumido com mais parcimônia naquele reino das louras. Fica assim decretada a necessidade de se preservar a amizade, os bons costumes e a cerva gelada, ingredientes do sucesso a serem saboreados, sempre.
Um pano de prato, devidamente encardido, escondia o que seria o marco da comemoração dos 25 anos do Bar de Ithiel, uma placa comemorativa, levemente pendida à esquerda, para lembrar não só o espírito democrático, como também a função do lugar, que não é outra senão a de deixar seus selecionados clientes também levemente tortos. Boteco-símbolo do trecho mais nobre do famoso Beco do Fuxico, o Alto Beco, o Bar de Ithiel chega às bodas de prata reverenciando freqüentadores ilustres, lamentando a ausência de outros e ganhando fôlego para outro quarto de século. Para descerrar a placa, o escolhido foi o advogado Pedro Carlos Almeida, o Pepê, o mais assíduo e com mais horas de mesa e de levantamento de copos entres os freqüentadores.
O descerramento da placa foi o ponto alto da comemoração, mas a festa teve ainda som ao vivo, com o lendário Zé da Bateria – agora numa pós-moderna e harmoniosa parceria com um teclado – e a presença de muitos dos tradicionais freqüentadores, alguns devidamente acompanhados de suas resignadas e compreensivas esposas. Teve também discurso, solenemente proferido pelo engenheiro agrônomo Paulo Fernando Nunes da Cruz, o Polenga, que reverenciou os tradicionais, lembrou os ausentes e conseguiu mais 25 anos de perdão para todos ao homenagear as esposas ali presentes. Para forrar o estômago foi providenciado churrasquinho de gato, acarajé e abará. Para lavar a alma, cerveja, muita cerveja.
À festa, organizada por Zé Senna, também se integrou outro boteco bem freqüentado, o Artigos para Beber, comandado por Eduardo. O nome é uma bem-humorada referência ao antigo armarinho, especializado em produtos para recém-nascidos, cujo nome era Artigos para Bebês. Além do intercâmbio de clientes, os dois bares mantêm a tradição de só aceitar pessoal selecionado, entendo-se por essa expressão clientes tradicionais ou indicados, reprovando completamente a aparição de bêbados desconhecidos ou bagunceiros de qualquer espécie.
Mais 25
A Confraria do Alto Beco e o Bar de Ithiel sobrevivem a crises financeiras, a prefeitos, governadores e presidentes, além de gestões internas, discussões sociais e humanísticas e, principalmente, ao tempo. O tempo, agente implacável, mostrou ter sucumbido suas forças a este boteco que se mantém entre os mais conservados e conservadores da região. A fórmula talvez esteja menos no bar que nos próprios freqüentadores, uma elite etílica, alimentada por um sentimento de amizade e, também, claro, por quitutes e cerveja bem gelada.
A meta agora é resistir e poder comemorar os 50 anos. Até porque, o dourado das bodas de ouro certamente se aproxima mais do tom amarelado da cerveja, marca maior do Bar de Ithiel, uma vez que a prata dos 25 anos lembra o branco, da branquinha, artigo que é ser consumido com mais parcimônia naquele reino das louras. Fica assim decretada a necessidade de se preservar a amizade, os bons costumes e a cerva gelada, ingredientes do sucesso a serem saboreados, sempre.
Bodas de Prata regada com muita cerveja
A boemia do Alto Beco do Fuxico dá um exemplo de como é a cultura de boteco e completa 25 anos em torno da mesa de bar
Por Walmir Rosário
Mal acostumado, você me deixou mal acostumado... Este trecho da música de Meg Evans e Ray Araújo, interpretada pela Banda Araketu, serve como parâmetro para medir o sucesso e a longevidade do Bar de Ithiel, encastelado no Alto Beco do Fuxico, que completa neste sábado (28), 25 anos de atividades ininterruptas. Durante um quarto de século, incontáveis amigos ali se reúnem para o bate-papo de fim de tarde, após um cansativo dia de trabalho. Juntos, comentam amenidades, discutem política, futebol, falam da vida alheia (mas com o devido respeito, afinal se trata de gente séria) e bebem. Bebem muitas cervejas entrecortadas por uns tantos goles de destilada da mais pura cana.
Até hoje nenhum sociólogo ou antropólogo se dispôs a pesquisar essa forma gregária alcoológica de ser (recém-incorporada ao nosso dicionário). Acredito que esse desinteresse seja pelo excesso de bares no respeitável Beco do Fuxico, a exemplo do ABC da Noite, fundado há 46 anos pelo Caboclo Alencar e em pleno funcionamento. Para não dizer que existe discriminação, vou logo avisando que os clientes também fazem incursões diárias para experimentar as conceituadas batidas do Caboclo.
Cerveja coletiva
Marqueteiro de primeira linha, Ithiel (foto) criou serviços exclusivos e logo se diferenciou da concorrência. Para ele, cerveja supergelada era coisa de rotina, obrigação de qualquer dono de botequim que se preze, e foi além: Criou a cerveja coletiva. Como os freqüentadores do bar eram uma só turma, do balcão, Ithiel observava os copos e, à medida que iam sendo esvaziados, logo surgia ele com mais uma cerveja bem gelada, servindo os mais sedentos. Esse artifício tinha dupla serventia: não deixava a cerveja esquentar e não interrompia o bate-papo.
O mais importante nessa jogada de marketing é que os clientes não precisavam se preocupar com a divisão da conta, operação nem sempre recomendável após a ingestão de um ou mais engradados, devidamente acompanhados de quebra-gelo. Neste mister, é bom que se diga que Ithiel dava um banho: Dívidia a conta de forma eqüitativa e proporcional, conforme a hora da chegada e os acompanhantes. As reclamações que porventura surgiam, partiam dos mais exaltados, que exigiam pagar mais, cada um querendo mostrar generosidade.
Outra estratégia utilizada por Ithiel era manter o grupo longe da presença de indesejáveis oportunistas ou bêbados inconvenientes. Para isto, Ithiel somente servia uma pessoa quando conhecida ou apresentada pelos freqüentadores contumazes. Sentado num banco alto atrás do balcão, Ithiel tinha o hábito de bater constantemente a chave de abrir garrafa numa tampilha e dizia ao visitante indesejável: “Viaja, viaja, viaja”. Esta mesma expressão era costumeira no bota-fora de sábado à tarde, principalmente quando o Fluminense, seu time do coração jogava.
O boteco evoluiu sem
perder a simplicidade
Com o passar do tempo, novas pessoas foram incorporadas à carteira de clientes, e que passaram a conviver na maior harmonia possível. Nesse ínterim, outros foram deixando de freqüentar, seja por ter passado desta para melhor, ou por ter encontrado novas e oportunas paragens. Um bom exemplo desse relacionamento é a perfeita convivência entre botafoguenses (a maioria), vascaínos (2º lugar), flamenguistas e outros de menor torcida. Despeitados, flamenguistas, vascaínos e fluminenses se uniram para dizer que os botafoguenses eram loucos, ou “julianos”, numa alusão ao médico Juliano Moreira, que tratou com sucesso da loucura. Mas isso nunca abateu Geraldo Sessa e demais torcedores, que ainda por cima ganharam o reforço de Robson Oliveira, Del Rey e Gutemberg Menezes (Paraíba). Até a presente data, todos os recenseamentos confirmam a supremacia da estrela solitária. Num desses jogos do Vasco em Itabuna, Polenga, também vascaíno e então presidente do Itabuna, levou o polêmico cartola Eurico Miranda ao Beco do Fuxico, com direito a experimentar a destilada com angélica (planta medicinal) no bar e mercearia de Alcides, e Brahma gelada em Ithiel.
Outro festeiro incorrigível sempre foi o Polenga, que a cada vitória do seu Vasco da Gama fazia questão de brindar com uma bacalhoada, preparada com esmero por dona Vera. Também por conta das promoções de Polenga, iniciou-se o almoço das sextas-feiras, quando a cada semana havia um patrocinador diferente. O primeiro foi realizado no fatídico dia 23 de outubro de 19. Neste dia, Renan Sílvio Santos sofre uma série de infartos e falece na madrugada do dia 24.
Vago o antigo boteco, o projeto concebido por José Sena era abrir no local uma cachaçaria no sentido de ampliar a oferta de bebida e tira-gostos, bem como atrair novos clientes. Essa idéia foi encampada por Robson Oliveira, que implantou um bar e cachaçaria com todos os requisitos etílicos possíveis e imagináveis.
Com os dois empreendimentos, o Alto Beco do Fuxico passou a ter nova freqüência e hoje os clientes convivem harmonicamente com os dois botecos, freqüentando-os ora um, ora outro, ou os dois simultaneamente. O cliente é quem escolhe a especialidade de cada casa, sem no entanto misturar copos, garrafas e talheres.
De início não foi tão fácil conviver com os dois botecos separados apenas por uma parede e algumas confusões foram verificadas, mas todas de somenos importância, ou melhor, aumentou ainda mais o relacionamento entre os novos clientes. Um fato inusitado aconteceu com um dos clientes mais tradicionais de todo o Beco do Fuxico, o jornalista, professor e escritor Jorge Araujo, num desses sábado em que veio a Itabuna. Como tínhamos marcado um encontro ao meio-dia no Alto Beco, ele passou por Caboclo Alencar, subiu a ladeira e se abancou no Whiskitório (ex-Ithiel). Eu, como vinha pela Ruffo Galvão, entrei no bar de Eduardo e perguntei se por acaso Jorge Araujo teria chegado. O mesmo fez ele do outro lado da parede. Somente após muitas reclamações um do outro com a falta de pontualidade que descobrimos estar separado apenas por uma parede.
Discussão participativa,
sem brigas ou mágoas
Imagine um bar onde participam pessoas de todas as profissões, gênios e estilo de vida diferentes, acostumadas a discutir ao extremo, porém sem nunca chegar às vias de fato, como se diz no jargão policial. Até hoje, no Bar de Ithiel, o debate é democrático, porém sem organização. Lá se discute de tudo, como em qualquer botequim que se preze, mas com uma diferença: as conversas ultrapassam a mesa e se estendem a outras mesas da forma mais natural possível.
Que me lembre, outros colegas de bar também não são de deixar um boa discussão barata e gastam muita saliva e cordas vocais num entrevero, mas coisas que não valem a pena. Fora disto, merece registro um fato inusitado num dos constantes eventos mensais da comemoração dos aniversariantes do mês.
Faruk Kalid, conhecido pela sua verve zombeteira, além de ser um excelente encrenqueiro, tinha lá suas diferenças com Alberto Menezes, conhecido carinhosamente como Alberto Barrão, um dos mais conceituados viajantes da região. Num destes aniversários, lá pelas tantas, resolveu fazer as pazes com Alberto. Para não perder a embocadura, imediatamente iniciou uma quizumba com Carlos Ulisses Dória, terminando no corte de relações entre eles. E aí gozava Faruk: “Será que tive algum lucro fazendo as pazes com Barrão e brigando com Carlucha?”, perguntava.
Não contente com esse tratamento, Walter Fonseca se encarregou de comprar uma churrasqueira elétrica, paga com a tradicional vaquinha feita entre os clientes. Assim, passamos a ter um tratamento vip, com carne assada na hora, apesar dos muxoxos de Ithiel. Pior do que isso foi quando a churrasqueira queimou a resistência e levamos em dois sábados seguidos uma churrasqueira a carvão, pilotada por mim e Pedro Carlos Nunes de Almeida, o Pepê. As broncas veladas de Ithiel eram resolvidas sabiamente pela fleuma de Renan Sílvio Santos.
O clube do bolinha já fez até casamento
Reduto de boêmios inveterados, o Bar do Ithiel era o protótipo do clube do bolinha, dada a obrigatória freqüência masculina. Honestamente, como gostava de dizer Raleu Baracat, nunca foi proibida a presença de mulheres no ambiente, embora nenhuma delas se aventurasse a adentrar o recinto, no melhor linguajar radiofônico. Nenhuma, não, que o diga Vera Oliveira da Cruz, esposa de Paulo Fernando Nunes da Cruz (Polenga), a primeira a quebrar esse tabu.
Amiga de infância de Iram Marques, foi o grande cupido do amor entre Vera e Polenga e cujo casório foi decidido após as noitadas de cerveja e bate-papo. Depois da queda do último bastião machista, o Alto Beco do Fuxico passou a ser freqüentado pelas esposas, noivas e namoradas, provocando uma mudança substancial no linguajar, às vezes com a mudança do vocabulário de última hora. Afinal, a presença de senhoras no recinto merece recato.
Antes dessa incursão, eram reservadas às mulheres somente a presença nos dias de confraternização, realizadas próximas ao Natal, evento também destinado à comemoração do aniversário de Ithiel (20 de dezembro). Festa planejada com todos os requintes gastronômicos de José Sena, considerado Recarey e Ibrahim Sued do Alto Beco. Nestes dias, além da profusão de frios e assados, bebidas à vontade, todas previamente pagas com a famosa vaquinha administrada por Renan Sílvio Santos e que incluía uma trinca de bilhetes da loteria federal, que no máximo, rendia o mesmo valor.
Homenageados
Durante o evento de comemoração dos 25 anos do Bar de Ithiel, será descerrada uma placa alusiva ao evento e homenageados os freqüentadores mais assíduos.
João Carlos Mascarenhas Fontes (in memorian)
Iram Marques (in memorian)
Walter Fonseca (in memorian)
Gilberto Careca (in memorian)
Amaro Paulino (in memorian)
João Cândido Torres (in memorian)
Renan Sílvio Santos (in memorian)
Ithiel Xavier (in memorian)
Geraldo Lessa (in memorian)
Raleu Baracat (in memorian)
Osmar Cardoso (in memorian)
Bernadino Sessa (in memorian)
Dirceu Benício
José Sena
Paulo Fernando da Cruz
Oduvaldo Brasil
José Carlos da Silva (verdinho)
Carlos Eduardo (Caxota)
José Gomes (Castelo)
Dudu Rocha
Gilson Sena
Eduardo Brito
Rui Nunes
César Campos
José Jacob dos Santos
Gabriel Nunes
Carlos Ulisses Dória
José Badaró
Walmir Rosário
Geraldo Sessa
Napoleão Guimarães
Del Rey
Robson Oliveira
Eduardo Gomes
Rane Rane
Fernando Cordier
José Emanuel Aquino (Cambão)
Alberto Menezes
Orley
Iraldo
Geraldo
Guilherme Lamonier
José Adervan
Renato Bateria
José Brás
Jeová
Oswaldo Bigobal
Jesuíno da Conceição (Neném)
Eduardo Pirajá
Dorival do Amendoim
Grilo
Por Walmir Rosário
Mal acostumado, você me deixou mal acostumado... Este trecho da música de Meg Evans e Ray Araújo, interpretada pela Banda Araketu, serve como parâmetro para medir o sucesso e a longevidade do Bar de Ithiel, encastelado no Alto Beco do Fuxico, que completa neste sábado (28), 25 anos de atividades ininterruptas. Durante um quarto de século, incontáveis amigos ali se reúnem para o bate-papo de fim de tarde, após um cansativo dia de trabalho. Juntos, comentam amenidades, discutem política, futebol, falam da vida alheia (mas com o devido respeito, afinal se trata de gente séria) e bebem. Bebem muitas cervejas entrecortadas por uns tantos goles de destilada da mais pura cana.
Até hoje nenhum sociólogo ou antropólogo se dispôs a pesquisar essa forma gregária alcoológica de ser (recém-incorporada ao nosso dicionário). Acredito que esse desinteresse seja pelo excesso de bares no respeitável Beco do Fuxico, a exemplo do ABC da Noite, fundado há 46 anos pelo Caboclo Alencar e em pleno funcionamento. Para não dizer que existe discriminação, vou logo avisando que os clientes também fazem incursões diárias para experimentar as conceituadas batidas do Caboclo.
Dizem os experts em mercado, que um negócio para ser bem sucedido precisa ter boa localização, oferecer bons produtos, preço, e clientes dispostos a demandarem. Nada mais adequado do que o Alto Beco do Fuxico, onde os clientes, isto é, a fina flor da boemia, transita diariamente, sempre disposta a beber, principalmente uma cerveja bem gelada. E neste quesito, ninguém melhor do que Ithiel Xavier para satisfazer, fidelizar, encantar o cliente, como dizem os consultores da área de administração.
Cerveja coletiva
Marqueteiro de primeira linha, Ithiel (foto) criou serviços exclusivos e logo se diferenciou da concorrência. Para ele, cerveja supergelada era coisa de rotina, obrigação de qualquer dono de botequim que se preze, e foi além: Criou a cerveja coletiva. Como os freqüentadores do bar eram uma só turma, do balcão, Ithiel observava os copos e, à medida que iam sendo esvaziados, logo surgia ele com mais uma cerveja bem gelada, servindo os mais sedentos. Esse artifício tinha dupla serventia: não deixava a cerveja esquentar e não interrompia o bate-papo.
O mais importante nessa jogada de marketing é que os clientes não precisavam se preocupar com a divisão da conta, operação nem sempre recomendável após a ingestão de um ou mais engradados, devidamente acompanhados de quebra-gelo. Neste mister, é bom que se diga que Ithiel dava um banho: Dívidia a conta de forma eqüitativa e proporcional, conforme a hora da chegada e os acompanhantes. As reclamações que porventura surgiam, partiam dos mais exaltados, que exigiam pagar mais, cada um querendo mostrar generosidade.
Outra estratégia utilizada por Ithiel era manter o grupo longe da presença de indesejáveis oportunistas ou bêbados inconvenientes. Para isto, Ithiel somente servia uma pessoa quando conhecida ou apresentada pelos freqüentadores contumazes. Sentado num banco alto atrás do balcão, Ithiel tinha o hábito de bater constantemente a chave de abrir garrafa numa tampilha e dizia ao visitante indesejável: “Viaja, viaja, viaja”. Esta mesma expressão era costumeira no bota-fora de sábado à tarde, principalmente quando o Fluminense, seu time do coração jogava.
O boteco evoluiu sem
perder a simplicidade
Com o passar do tempo, novas pessoas foram incorporadas à carteira de clientes, e que passaram a conviver na maior harmonia possível. Nesse ínterim, outros foram deixando de freqüentar, seja por ter passado desta para melhor, ou por ter encontrado novas e oportunas paragens. Um bom exemplo desse relacionamento é a perfeita convivência entre botafoguenses (a maioria), vascaínos (2º lugar), flamenguistas e outros de menor torcida. Despeitados, flamenguistas, vascaínos e fluminenses se uniram para dizer que os botafoguenses eram loucos, ou “julianos”, numa alusão ao médico Juliano Moreira, que tratou com sucesso da loucura. Mas isso nunca abateu Geraldo Sessa e demais torcedores, que ainda por cima ganharam o reforço de Robson Oliveira, Del Rey e Gutemberg Menezes (Paraíba). Até a presente data, todos os recenseamentos confirmam a supremacia da estrela solitária. Num desses jogos do Vasco em Itabuna, Polenga, também vascaíno e então presidente do Itabuna, levou o polêmico cartola Eurico Miranda ao Beco do Fuxico, com direito a experimentar a destilada com angélica (planta medicinal) no bar e mercearia de Alcides, e Brahma gelada em Ithiel.
Ainda por sugestão de um vascaíno, o irrequieto Iram Marques (falecido em 14 de dezembro de 1998), os aniversários passaram a ser comemorados no Alto Beco do Fuxico, com todos os requintes propícios à importante ocasião. Por sugestão de Renan Sílvio Santos, foi confeccionada uma tabela com as datas dos aniversariantes e a data da comemoração. Desta seleta lista participavam pessoas ilustres como Bernadino Sessa, que apesar de não ser um cliente de copo, era freqüentador assíduo, principalmente após o Jornal Nacional, quando aparecia para nos dar as mais recentes notícias.
Nestas ocasiões, José Sena atuava na organização do bufê, enquanto Renan era o mestre de cerimônia, proferindo discursos memoráveis, provocando emoções e choros. Que o diga Alberto Menezes.
Outro festeiro incorrigível sempre foi o Polenga, que a cada vitória do seu Vasco da Gama fazia questão de brindar com uma bacalhoada, preparada com esmero por dona Vera. Também por conta das promoções de Polenga, iniciou-se o almoço das sextas-feiras, quando a cada semana havia um patrocinador diferente. O primeiro foi realizado no fatídico dia 23 de outubro de 19. Neste dia, Renan Sílvio Santos sofre uma série de infartos e falece na madrugada do dia 24.
Sob nova direção
Em 12 de setembro de 1998 morre Ithiel Xavier, deixando desorientados os freqüentadores do boteco com a possibilidade de acabar a tradição. Sérgio, o único herdeiro de Ithiel, mantém o bar aberto por três meses, apesar de não gostar do ramo, até que, feitas algumas consultas, Iram e José Sena recomendam a transferência para Eduardo Gomes, que passou a tocar o negócio. Em seguida, Eduardo muda o boteco para um ponto ao lado, mais espaçoso e com novos equipamentos.
Em 12 de setembro de 1998 morre Ithiel Xavier, deixando desorientados os freqüentadores do boteco com a possibilidade de acabar a tradição. Sérgio, o único herdeiro de Ithiel, mantém o bar aberto por três meses, apesar de não gostar do ramo, até que, feitas algumas consultas, Iram e José Sena recomendam a transferência para Eduardo Gomes, que passou a tocar o negócio. Em seguida, Eduardo muda o boteco para um ponto ao lado, mais espaçoso e com novos equipamentos.
Vago o antigo boteco, o projeto concebido por José Sena era abrir no local uma cachaçaria no sentido de ampliar a oferta de bebida e tira-gostos, bem como atrair novos clientes. Essa idéia foi encampada por Robson Oliveira, que implantou um bar e cachaçaria com todos os requisitos etílicos possíveis e imagináveis.
Com os dois empreendimentos, o Alto Beco do Fuxico passou a ter nova freqüência e hoje os clientes convivem harmonicamente com os dois botecos, freqüentando-os ora um, ora outro, ou os dois simultaneamente. O cliente é quem escolhe a especialidade de cada casa, sem no entanto misturar copos, garrafas e talheres.
De início não foi tão fácil conviver com os dois botecos separados apenas por uma parede e algumas confusões foram verificadas, mas todas de somenos importância, ou melhor, aumentou ainda mais o relacionamento entre os novos clientes. Um fato inusitado aconteceu com um dos clientes mais tradicionais de todo o Beco do Fuxico, o jornalista, professor e escritor Jorge Araujo, num desses sábado em que veio a Itabuna. Como tínhamos marcado um encontro ao meio-dia no Alto Beco, ele passou por Caboclo Alencar, subiu a ladeira e se abancou no Whiskitório (ex-Ithiel). Eu, como vinha pela Ruffo Galvão, entrei no bar de Eduardo e perguntei se por acaso Jorge Araujo teria chegado. O mesmo fez ele do outro lado da parede. Somente após muitas reclamações um do outro com a falta de pontualidade que descobrimos estar separado apenas por uma parede.
Discussão participativa,
sem brigas ou mágoas
Imagine um bar onde participam pessoas de todas as profissões, gênios e estilo de vida diferentes, acostumadas a discutir ao extremo, porém sem nunca chegar às vias de fato, como se diz no jargão policial. Até hoje, no Bar de Ithiel, o debate é democrático, porém sem organização. Lá se discute de tudo, como em qualquer botequim que se preze, mas com uma diferença: as conversas ultrapassam a mesa e se estendem a outras mesas da forma mais natural possível.
Política e futebol são os assuntos preferidos, embora outros temas relevantes também entrem em cena costumeiramente. O tom de voz depende do clima etílico dos debatedores e da paixão dos envolvidos. Eu mesmo, confesso humildemente, tive (e ainda tenho) alguns arranca-rabos com José D’Almeida Sena, Gilson Babaca, Zé Verdinho, dentre outros, mas tudo coisas de somenos importância, e que serviam apenas para dar o tempero na cerveja.
Que me lembre, outros colegas de bar também não são de deixar um boa discussão barata e gastam muita saliva e cordas vocais num entrevero, mas coisas que não valem a pena. Fora disto, merece registro um fato inusitado num dos constantes eventos mensais da comemoração dos aniversariantes do mês.
Faruk Kalid, conhecido pela sua verve zombeteira, além de ser um excelente encrenqueiro, tinha lá suas diferenças com Alberto Menezes, conhecido carinhosamente como Alberto Barrão, um dos mais conceituados viajantes da região. Num destes aniversários, lá pelas tantas, resolveu fazer as pazes com Alberto. Para não perder a embocadura, imediatamente iniciou uma quizumba com Carlos Ulisses Dória, terminando no corte de relações entre eles. E aí gozava Faruk: “Será que tive algum lucro fazendo as pazes com Barrão e brigando com Carlucha?”, perguntava.
Quem melhor do que Ithiel para administrar um grupo tão heterogêneo e mantê-los unidos no bate-papo e na cerveja gelada por muitos anos? Ninguém, ou melhor, poucos, principalmente por que o bar oferecia apenas um tipo de bebida, a cerveja, e mesmo assim de uma só marca: Brahma. Tira-gosto? Nem pensar, dava muito trabalho e Ithiel deixou de fazer há tempos. Mas nem sempre foi assim, antes, José Gomes (o Castelo) podia desfrutar do seu whisky e pedia: “Ithiel, por favor, um dose de Natu Nobillis”.
Para manter o estômago forrado, os fregueses mandavam buscar tira-gostos em bares e restaurantes da redondeza, a exemplo dos gostosos quibes do Sheik, acarajés e abarás, ou queijos vendidos por ambulantes. Para buscar essas encomendas e cigarros (também não vendia), ninguém melhor do que Grilo, um ex-baterista do Grapsons que se transformou em corretor zoológico, hoje conhecido como o mensageiro da sorte.
Não contente com esse tratamento, Walter Fonseca se encarregou de comprar uma churrasqueira elétrica, paga com a tradicional vaquinha feita entre os clientes. Assim, passamos a ter um tratamento vip, com carne assada na hora, apesar dos muxoxos de Ithiel. Pior do que isso foi quando a churrasqueira queimou a resistência e levamos em dois sábados seguidos uma churrasqueira a carvão, pilotada por mim e Pedro Carlos Nunes de Almeida, o Pepê. As broncas veladas de Ithiel eram resolvidas sabiamente pela fleuma de Renan Sílvio Santos.
O clube do bolinha já fez até casamento
Reduto de boêmios inveterados, o Bar do Ithiel era o protótipo do clube do bolinha, dada a obrigatória freqüência masculina. Honestamente, como gostava de dizer Raleu Baracat, nunca foi proibida a presença de mulheres no ambiente, embora nenhuma delas se aventurasse a adentrar o recinto, no melhor linguajar radiofônico. Nenhuma, não, que o diga Vera Oliveira da Cruz, esposa de Paulo Fernando Nunes da Cruz (Polenga), a primeira a quebrar esse tabu.
Amiga de infância de Iram Marques, foi o grande cupido do amor entre Vera e Polenga e cujo casório foi decidido após as noitadas de cerveja e bate-papo. Depois da queda do último bastião machista, o Alto Beco do Fuxico passou a ser freqüentado pelas esposas, noivas e namoradas, provocando uma mudança substancial no linguajar, às vezes com a mudança do vocabulário de última hora. Afinal, a presença de senhoras no recinto merece recato.
Antes dessa incursão, eram reservadas às mulheres somente a presença nos dias de confraternização, realizadas próximas ao Natal, evento também destinado à comemoração do aniversário de Ithiel (20 de dezembro). Festa planejada com todos os requintes gastronômicos de José Sena, considerado Recarey e Ibrahim Sued do Alto Beco. Nestes dias, além da profusão de frios e assados, bebidas à vontade, todas previamente pagas com a famosa vaquinha administrada por Renan Sílvio Santos e que incluía uma trinca de bilhetes da loteria federal, que no máximo, rendia o mesmo valor.
Homenageados
Durante o evento de comemoração dos 25 anos do Bar de Ithiel, será descerrada uma placa alusiva ao evento e homenageados os freqüentadores mais assíduos.
João Carlos Mascarenhas Fontes (in memorian)
Iram Marques (in memorian)
Walter Fonseca (in memorian)
Gilberto Careca (in memorian)
Amaro Paulino (in memorian)
João Cândido Torres (in memorian)
Renan Sílvio Santos (in memorian)
Ithiel Xavier (in memorian)
Geraldo Lessa (in memorian)
Raleu Baracat (in memorian)
Osmar Cardoso (in memorian)
Bernadino Sessa (in memorian)
Dirceu Benício
José Sena
Paulo Fernando da Cruz
Oduvaldo Brasil
José Carlos da Silva (verdinho)
Carlos Eduardo (Caxota)
José Gomes (Castelo)
Dudu Rocha
Gilson Sena
Eduardo Brito
Rui Nunes
César Campos
José Jacob dos Santos
Gabriel Nunes
Carlos Ulisses Dória
José Badaró
Walmir Rosário
Geraldo Sessa
Napoleão Guimarães
Del Rey
Robson Oliveira
Eduardo Gomes
Rane Rane
Fernando Cordier
José Emanuel Aquino (Cambão)
Alberto Menezes
Orley
Iraldo
Geraldo
Guilherme Lamonier
José Adervan
Renato Bateria
José Brás
Jeová
Oswaldo Bigobal
Jesuíno da Conceição (Neném)
Eduardo Pirajá
Dorival do Amendoim
Grilo
(O início das operações etílicas do Bar do Ithiel foi em 28 de outubro de 1981)
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