O laboratório "pegava fogo" e tirar a camisa foi a solução para o Caboclo Alencar |
Ao meio dia em ponto o clima no Beco do Fuxico era de festa, melhor dizendo, folia. Do Baixo Beco ao Alto Beco do Fuxico não se falava em outra coisa a não ser na lavagem. Mas enquanto o Maria Rosa, Casados i...Responsáveis, Descasados e outros blocos não chegavam com vassouras, água de cheiro, sabão e o carro-pipa, os foliões se molhavam por dentro, afinal, o calor estava insuportável.
Até o Caboclo Alencar, tão cioso de suas responsabilidades e guardião dos bons costumes, não agüentou e deu expediente nu (da cintura pra cima, é claro), sem camisa. E não se fez de rogado, atendeu os clientes com a mesma fleuma de sempre, apresentou o mais novo produto, direto da linha de produção: a batida de cachaça com abacaxi. Com esse calor não recomendava a de gengibre, além do mais, seu fornecedor – da cidade de Valença, no Baixo Sul – atrasou a entrega da matéria-prima.
No Alto Beco o clima não era diferente e Eduardo, do Artigos para Beber, se esforçava para servir cerveja bem gelada aos clientes e visitantes. Robson, do Whiskytório, por seu turno, conferia os freezers, despachava os cediços, ávidos por uma gelosa. Nas ruas e transversais, barulho, muito barulho, carros-de-som e palanques se misturavam às barracas de cerveja em lata. Tudo sem confusão, se é que aquela agonia toda não fosse um alvoroço fora do comum.
Mas valia a pena. Eram os 80 anos do Maria Rosa, fora os 80 já feitos pelo Caboclo Alencar. Quem não iria comemorar?
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