Terra em que filho chora e mãe não ouve, na Confraria do Berimbau
as homenagens feitas em verso pelo poeta Adelmar Santos foi
acompanhada de um pedido, este nunca pago pelo primo Antônio
Tolentino (Tolé). Nem mesmo a sublime dedicatória com fartos
elogios foi suficiente para o cumprimento da missão póstuma. E
dizia assim (ipis literis):
Ao insigne primo, amigo e inteligência rara da nossa mui leal,
heroica e provinciana cidade.
17/4/05
Adelmar Santos
LÁPIDE
Adelmar Santos (*)
Meu epitáfio
(uma sentença esdrúxula)
será escrito com o luzir das estrelas
por um bando de anjos fraudulentos
que profanaram sempre a minha mente
durante todo o meu viver.
Os mistérios azuis do Rio Pardo
(rio dos meus versos amargos)
um rio sem antiguidades
formataram meus sonhos inexpressos
com o grito dos afogados
e o aval de deuses trôpegos
nas noites de orvalhos tépidos.
Por isto, na minha lápide
(construída com efêmera matéria)
despida de eternidade
estarão bem preservados:
os odores dos meus versos
as cinzas dos meus poemas
e o enigma da minha trajetória.
(*) Homenagem pré-postuma aos parceiros da Confraria do Berimbau.
“Suscipe, domine, servum tuum in locum sperandae sibi salvaionia
a misericordia tua. Amen. Libera, domine, anima servi tu ex omnibus
periculis inferni, et de laqueis poenarum, et ex omnibus
tribulationibus. Amem. Libera, domine anima servi tui, sicut
liberasti Henoch et Eliam de communi morte mundi. Amen.”
(Tradução do latim para a "Última Flor do Lácio para os aflitos e desconhecedores da antiga língua)
Recebe, senhor, o teu servo, no lugar onde espere a sua salvação,
pela tua misericórdia. Amém. Livra, senhor, a alma de teu servo de
todos os perigos do inferno e dos laços dos castigos e de todas as
tribulações. Amém. Livra, senhor, a alma de vosso servo, assim
como livraste Enoque e Elias da morte comum do mundo. Amém.
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