sexta-feira, 5 de maio de 2017

Bateau Mouche afunda na Confraria d’O Berimbau


A rabada de Niella foi o pièce de résistence
Deu chabu a iniciativa dos puxa-sacos de plantão em fazer mesuras de outros agrados a um dos confrades ausente por um breve período nas reuniões semanais da Confraria d’O Berimbau. Os bajuladores se mostravam preocupados com o período sabático concedido (a ele mesmo) ao confrade Tyrone Perrucho, para se livrar de um ligeiro incômodo gástrico intestinal.
Sem perda de tempo e antes do horário combinado, os aduladores começaram a aparecer com pratos e mais pratos de entrada e sobremesas, simplesmente para receber o confrade pródigo. Tal comportamento foi observado pela maioria dos confrades como puro puxa-saquismo, coisa somente permita aos conhecidos baba-ovo.
A subida admiração por Tyrone Perrucho, no entender de alguns confrades, como um ato rasteiro de traição aos princípios que regem os estatutos da Confraria d’O Berimbau, que define, antecipadamente, os confrades responsáveis pelo pratos do dia. Houve quem definisse como um desvio de comportamento, passível de punição.
Não menos notado nesses bajuladores foi a tentativa sorrateira de desmerecer a rabada do confrade Niella Costa, pièce de résistence oficial da ilustre reunião, conforme estipulada na agenda mensal. Não fosse a festejada e exaltada qualidade da rabada de Niella (crème de la crème, como diria o saudoso colunista Charles Henri) a reunião teria o aspecto de um simples e mixuruco cocktail.
Mocofato também foi apresentado
Mas como diria o mestre Ibrahim Sued, cavalo não desce escada, a mesquinharia deu com os burros n’água, sem a presença esperada de Tyrone Perrucho, impedido de promover o seu rentrée. Para o desgosto dos puxa-sacos, o novo debut ficou para a semana seguinte, realizada com toda a pompa desejada.
Para não desapontar o tour de Force dos bajuladores, os confrades presentes não se fizeram de rogados, e com destemor resolveram se submeter ao cansativo sacrifício de comer todo o buffet. Por decisão unânime, os pratos encavalados (os confrades não suportam o vocábulo “acavalados”) foram dizimados entre um gole e outro.
O afundamento de novos Bateau Mouche estão sendo aguardados ansiosamente nas futuras e produtivas reuniões da Confraria d’O Berimbau, em festas surpresas com a realizada para homenagear o confrade. Tout court, com diria os colunistas Charles Henri e Dikas Cezimbra em seus pujantes carnets sociais publicados nos jornais da região.

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