A rabada de Niella foi o pièce de résistence |
Deu
chabu a iniciativa dos puxa-sacos de plantão em fazer mesuras de
outros agrados a um dos confrades ausente por um breve período nas
reuniões semanais da Confraria d’O Berimbau. Os bajuladores se
mostravam preocupados com o período sabático concedido (a ele
mesmo) ao confrade Tyrone Perrucho, para se livrar de um ligeiro
incômodo gástrico intestinal.
Sem
perda de tempo e antes do horário combinado, os aduladores começaram
a aparecer com pratos e mais pratos de entrada e sobremesas,
simplesmente para receber o confrade pródigo. Tal comportamento foi
observado pela maioria dos confrades como puro puxa-saquismo, coisa
somente permita aos conhecidos baba-ovo.
A
subida admiração por Tyrone Perrucho, no entender de alguns
confrades, como um ato rasteiro de traição aos princípios que
regem os estatutos da Confraria d’O Berimbau, que define,
antecipadamente, os confrades responsáveis pelo pratos do dia. Houve
quem definisse como um desvio de comportamento, passível de punição.
Não
menos notado nesses bajuladores foi a tentativa sorrateira de
desmerecer a rabada do confrade Niella Costa, pièce de résistence
oficial da ilustre reunião, conforme estipulada na agenda mensal.
Não fosse a festejada e exaltada qualidade da rabada de Niella
(crème de la crème, como diria o saudoso colunista Charles
Henri) a reunião teria o aspecto de um simples e mixuruco cocktail.
Mocofato também foi apresentado |
Mas
como diria o mestre Ibrahim Sued, cavalo não desce escada, a
mesquinharia deu com os burros n’água, sem a presença esperada de
Tyrone Perrucho, impedido de promover o seu rentrée. Para o
desgosto dos puxa-sacos, o novo debut ficou para a semana
seguinte, realizada com toda a pompa desejada.
Para
não desapontar o tour de Force dos bajuladores, os confrades
presentes não se fizeram de rogados, e com destemor resolveram se
submeter ao cansativo sacrifício de comer todo o buffet. Por
decisão unânime, os pratos encavalados (os confrades não suportam
o vocábulo “acavalados”) foram dizimados entre um gole e outro.
O
afundamento de novos Bateau Mouche estão sendo aguardados
ansiosamente nas futuras e produtivas reuniões da Confraria d’O
Berimbau, em festas surpresas com a realizada para homenagear o
confrade. Tout court, com diria os colunistas Charles Henri e
Dikas Cezimbra em seus pujantes carnets sociais publicados nos
jornais da região.
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