|
Ithiel Xavier, empresta nome ao Alto Beco |
Fundado em 28 de outubro de 1981, o Bar do Ithiel completa
30 anos nesta sexta-feira (28) e é alvo de comemorações no Alto Beco do Fuxico.
A partir das 18 horas, desta sexta, a Confraria do Alto Beco do Fuxico se reúne
para bebemorar a data, relembrando os frequentadores do antigo Bar do Ithiel,
que atualmente se divide em “Artigos para Beber” e “Whiskytório”.
Na festa dos 30 anos os confrades do Alto Beco do Fuxico
farão reunião conjunta com a Academia de Letras, Artes, Música, Birita,
Inutilidades, Utopia e Etc. (Alambique) para inaugurar um toldo de proteção
contra sol e chuva. Toda a festa será regada com cachaça de alambique
(naturalmente) e mocofato, uma das especialidades do cardápios dos confrades e
acadêmicos.
TRAVESSSA ITHIEL XAVIER
Para completar a solenidade, o vereador Wenceslau Júnior (PCdoB)
entregará aos confrades e acadêmicos cópia da lei que institui novo nome do
trecho da (antiga) travessa Adolfo Leite, entre as ruas Duque de Caxias e Ruffo
Galvão, que passará a se chamar “Travessa Ithiel Xavier”, numa homenagem ao
fundador e proprietário do bar que deu origem à Confraria do Alto Beco do
Fuxico.
Com a presença do vereador Wenceslau Júnior, uma placa com o
nome da rua será afixada no local. O projeto de mudança do nome da travessa foi
de autoria do vereador, atendendo à solicitação dos frequentadores do local,
através de um abaixo assinado. Relatado pelo vereador Solon Pinheiro, o projeto
foi aprovado quarta-feira (26), em primeira votação, e quinta-feira (27), em
segundo e último escrutínio, todos por unanimidade.
|
Hoje são dois bares à disposição dos confrades |
|
|
|
JUSTIFICATIVA DO PROJETO
Segundo a
justificativa do vereador Wenceslau Júnior, de comerciário a comerciante,
Ithiel Pedreira Xavier construiu uma legião de amigos, que o acompanhavam por
onde estivesse. No Grapiuna Tênis Clube, onde desempenhou a função de garçom,
passando pelo Quintandinha, no calçadão da Ruy Barbosa, até chegar à travessa
Adolfo Leite (Alto Beco do Fuxico), no trecho localizado entre a rua Duque de
Caxias e a Ruffo Galvão, onde fundou um bar com o seu nome, só fez aumentar a
“carteira de amigos.
Como
comerciante do ramo de bar, criou um dos pontos de encontro de amigos das mais
diversas classes sociais, que conviviam harmoniosamente, sem distinção de
diplomas ou afazeres. Para Ithiel, o que valia era a personalidade. E com essa
filosofia, estabeleceu regras próprias, distintas de outros estabelecimentos
similares, onde o que prevalecia era a igualdade, tanto assim que até a cerveja
era socializada. Isso mesmo, a garrafa era aberta por ele e servida de copo em
copo, sendo que o pagamento era feito sob o mesmo princípio da igualdade: paga
mais quem chega primeiro e bebe mais.
De 28 de
outubro de 1981, quando abriu o bar até o dia 12 de setembro de 1998, quando
faleceu, os frequentadores eram os mesmos, ou melhor: foram sendo ampliados,
sempre de acordo com as apresentações feitas pelos amigos. Ithyel se foi, mas o
bar se tornou uma instituição integrada pelos mesmos amigos, celebrando as
alegrias, chorando as tristezas, numa convivência perfeita e integrada.
Oriundo de
uma família de renome na comunidade itabunense, Ithiel Pedreira Xavier tornou o
Beco do Fuxico, mais exatamente o Alto Beco do Fuxico, num local alegre,
festivo, ponto de encontro de pessoas da comunidade itabunense. Ninguém sabia
decifrar a saga grapiúna como Ithiel, reunindo pessoas das mais diferentes raças,
das mais diferentes torcidas esportivas, numa entidade familiar, pois era assim
que consideravam uns aos outros.
|
Comemoração dos 25 anos do Bar do Ithiel |
O Alto Beco
do Fuxico perdeu a figura, a presença física de Ithiel, mas soube manter a
mesma filosofia por ele implantada. Hoje, muitos dos pioneiros, dos fundadores,
se foram e convivem com Ithiel na eternidade, mas deixaram seus filhos,
parentes e amigos festejando as mesmas alegrias, nas mesmas datas, congregando
pessoas, fazendo novos amigos.
E nesse dia
28 de outubro de 2011 o Bar do Ithiel, hoje transformado em dois
estabelecimentos, comemora os 30 anos de vida, sempre calcado no mesmo ideal:
formar uma família, nem sempre consanguínea, mas ligadas por laços fraternais.