quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

YES, WE HAVE BAÍTA


Walmir Rosário*
Não me lembro bem do ano, mas juro, se minha memória não falha, que o fato aconteceu no início da década de 60, no bairro da Conceição – ainda com aquele jeito suburbano, mas que já demonstrava vocação de desenvolvimento. O fato aqui relatado foi motivo de orgulho para empresários e políticos itabunenses, compenetrados que estavam com a inauguração de uma promissora indústria de cerveja, a Baita.

Os mais novos podem até não entender o motivo desse orgulho, como se tratasse apenas de patriotada. Não, Itabuna iria competir com os estados do Sul e Sudeste, única região do País que detinha a primazia de industrializar cerveja, produto trazido para Brasil pelos alemães, dentre outros europeus.

Agora, sim, Itabuna, o eldorado do cacau, com experiência restrita ao comércio, praticado com sabedoria pelos sírios e libaneses (ou turcos, quando queríamos zombar deles) iríamos partir para a industrialização, competir com o Rio de Janeiro e São Paulo.

O bairro Conceição foi o primeiro 
a sediar uma fábrica de cerveja 
As notícias dadas como manchetes nos jornais locais eram ufanistas (como desenvolvimentistas empedernidos 
que sempre fomos) e já sonhávamos com as chaminés despejando fumaça nos céus. Ao invés da mão-de-obra rural, acostumada a podão e biscó, teríamos operários de macacão apertando parafusos, azeitando máquinas, alimentando caldeiras. Era a glória!

Mas de onde viria essa empresa disposta a investir em Itabuna? O quê esses capitalistas estrangeiros teriam vislumbrado para montar uma indústria dessa magnitude, já que no máximo nos contentávamos com pequenas fábricas de cachaça? Mesmo assim do tipo “rinchona”, baldeando o produto vindo do alambique com álcool comprado em tonéis de 200 litros das usinas de Sergipe e Alagoas, conforme reclamavam os paladares mais exigentes.

Não, não se tratava de investidores alemães ou suíços acostumados aos lucros exorbitantes conseguidos com a compra de cacau e os adiantamentos feitos aos cacauicultores, que geralmente terminava com a entrega das fazendas. Nada disso, em Itabuna existia gente disposta a investir no desenvolvimento local, gente que não destoava de seus antepassados, responsáveis pela grandeza da cidade.

Claro que não eram homens poderosos, coronéis do cacau, acostumados a se meter em outras lides, derrubando matas, plantando cacau, fazendo pasto para colocar gado. Eram duas pessoas simples, trabalhadores, moradores do singelo bairro da Conceição, devotos da santa padroeira e fiéis assíduos das missas rezadas pelos frades capuchinhos Justo, Isaías e Apolônio.

Um, Antônio Vieira, era homem de saberes, professor de línguas – latim, português, francês e inglês – aprendidos no seminário, onde se ordenou padre, tendo deixado o hábito tempos depois, mas isso não importa agora. O outro, Zacarias bem esse já era diferente e tinha pendores (ou know-how, como dizem os americanos) para tal mister, pois detinha conceituados conhecimentos para a fabricação de vinagre.

Embora possa parecer que a ideia de fabricar cerveja tenha partido de Zacarias, a história é bem diferente, e foi justamente o professor Vieirinha quem convenceu o outro a formar sociedade. Mesmo antes de montar a Baita, o professor Vieira já era possuidor de um equipamento cervejeiro doméstico, e não relutava ir ao Rio de Janeiro e São Paulo para comprar malte, lúpulo e outros insumos próprios para o fabrico.

Nos fins de semana em que fabricava sua cerveja caseira era uma festa para os amigos, vizinhos e a garotada, que se transformavam em “pilotos de provas”, entre eles meu irmão Valter Rosário, amigo de seus filhos. Com esse aprendizado foi um pulo comprar equipamento para fabricar a mais legítima cerveja itabunense, baiana. Daí o nome Ba-ita, junção patriótica de Bahia e Itabuna.

Lembro-me como se fosse hoje a chegada dos caminhões com o maquinário e insumos. Uma festa para a garotada, que conferia a todo o dia a montagem da indústria. Aos poucos a fábrica foi tomando corpo, as experiências feitas, até os mestres cervejeiros darem o produto por acabado. Agora era a vez de vender, convencer os donos de bares a comprar a bebida, “filha da terra”, como diziam, arrematando que “não ficava nada a dever à Brahma e Antarctica”.

Como parte do marketing, tinha os frades capuchinhos para abençoar o empreendimento, o prefeito Félix Mendonça e o deputado estadual José de Almeida Alcântara para inaugurar. Neste dia, boa parte da cidade da gente graúda do centro da cidade estava no Conceição. Na hora, foguetes estourando, o professor Vieirinha abre uma cerveja e oferece a Alcântara o primeiro copo. Alegando uma indisposição, coisa de um sarapatel que tinha comido na feira, pegou o seu copo e ofereceu a um amigo que lhe acompanhava.

Era o funcionário do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC), o saudoso Manuel Leal, que se tornou o primeiro “piloto de prova” da Baita, numa deferência toda especial do amigo deputado.

Quanto à Baita? Infelizmente não resistiu à concorrência das rivais e terminou sucumbindo. Com isso Itabuna perdeu uma grande oportunidade de se tornar o primeiro polo cervejeiro do Norte e Nordeste, já que Salvador somente anos depois ganhou suas duas primeiras fábricas. Essa é mais uma prova de que somos pioneiros também na fabricação de cerveja.

*Jornalista, advogado e editor do www.ciadanoticia.com.br

Confraria do Alto Beco do Fuxico promove confraternização


Sexta-feira (12 de dezembro de 2012) foi mais uma data histórica para ser inserida nos anais da Confraria do Alto Beco do Fuxico. Tudo isso por mais uma promoção: a confraternização festiva de fim de ano para comemorar o Natal e Ano Novo.

Este ano, a festa sofreu modificações no seu formato, com a retirada dos plenos poderes antes conferidos ao confrade José D’Almeida Senna, conhecido como o Ibrahim Sued do Beco, dada a sua condição de promoter. Despidos dos superpoderes ditatoriais, a pela primeira vez a festa foi realizada com a participação de todos os confrades.

Pra início de conversa, ficou decidido e combinado que a cada grupo de três confrades seria dada a incumbência de providenciar e oferecer um prato para o evento, o que foi considerado bastante positivo. Pela primeira vez, além de “dar um pé-na-bunda” dos intrusos, houve abundância e diversidade gastronômica, com pratos dos mais diversos da culinária nacional e internacional. Já a bebida, como sempre, ficou por conta dos confrades participantes.

Este ano, a confraternização teve a animação de Paulo Maia, nos teclados, participação especial de Rafael Barreto (violão e voz), e saxofone. Entre um papo e outro, a noitada de confraternização rolou até altas horas da madrugada.
Para o ano tem mais!

sábado, 22 de dezembro de 2012

O MUNDO NÃO ACABOU, MAS EU ME LASQUEI!


Walmir Rosário
Em bem sabia que essa família Maya não era de merecer esse crédito todo. Sempre soube que eram uns incompetentes e gostavam de ser o centro das atenções, como uns deles que conheço no Rio de Janeiro e que só sabem fazer política, mesmo assim dizem que não estão mais com essa bola toda.

Ainda ontem (sexta-feira, 21), ouviu falar – à boca-pequena – aqui na “Boca Maldita”, em Curitiba, a confirmação do que já sabia e não levava a sério, de que esses Maya eram uns caras que gostavam de viver nas nuvens, ou pelo menos perto delas. E olha que o povo da “Boca Maldita” não é de jogar conversa fora.

Pelo que consegui escutar, a família Maya se meteu a fazer um calendário e, pelo que consta, não conseguiu sequer acabar (o calendário, é claro), dando a entender ao mundo que o dia 21 de dezembro de 2012 era o fim de tudo. Até eu que nunca levei “esses caras” a sério pensei que estaria com os dias contados.

Também com todo o mundo (ou quase) dizendo que o mundo iria mesmo acabar, não tive alternativa senão entrar no clima. Parecia até copa do mundo da Fifa: tinha data e hora para terminar. Mas qual, quando fui me inteirar direito, nem o ex-presidente Lula sabia e, pior, os cientistas da Nasa desmentiram esses Maya, ponto por ponto.

Essa polêmica só me deu prejuízo: primeiro foi sair por aí comprando tudo que via pela frente com os cartões de crédito, pensando que não iria pagar. Agora vou ter que trabalhar dobrado. Pior do que isso, ao vir comemorar o fim do mundo fora de Itabuna, perdi a comemoração do fim do mundo promovida pela Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopia e Etc. (Alambique) no Beco do Fuxico, iniciando no ABC da Noite do Caboclo Alencar e subindo para o Artigos para Beber, já no Alto Beco.

Mas não faz mal, já que o mundo continua mundo e eu vivo, vou comemorar meu desatino em Joinville, onde não falta cerveja da boa, feita de forma artesanal e comida da melhor qualidade. Vou até pedir ao Papai Noel que no próximo ano ele arranje história melhor para ser contada antes do Natal. Quem sabe o “bom velhinho” não me atenda…
Jornalista, advogado e editor do www.ciadanotícia.com.br

domingo, 16 de setembro de 2012

Miranda inova e comemora aniversário com fígado de canguru; confrades agradecem

Miranda, ladeado por Augusto (E) e José Senna e João Vitor

Mais um sábado (15) festivo na Confraria do Alto Beco do Fuxico e os confrades comparecerem para prestigiar o aniversário de Miranda Laytinher, que comemorou o acontecimento no mais alto estilo permitido no Alto Beco do Fuxico.

Uma ausência notada e sentida foi a do confrade Rafael Barreto, que desfalcou as comemorações artísticas e musicais, cargo assumido por Augusto, que comandou o espetáculo através de som mecânico, com um repertório composto de sambas de altíssimo nível e jovem guarda.

Como sempre, os confrades compareceram em peso
Neste sábado (15), os bares “Artigos para Beber” e “Whiskytório” receberam os confrades com cerveja bem gelada e de marcas variadas, reforçada por um divino elixir reconstituinte composto de jatobá, exclusividade da adega do aniversariante.

O buffet do aniversário foi bastante de muito bom-gosto e inovador, sendo apresentado de entrada salgados diversos como quibes, pasteis, coxinhas e empadas; e dois pratos de resistência: uma salada marinha com camarões e lagostas especialmente trazidas de Canavieiras.

Família prestigia aniversário de Miranda
Já a inovação foi o prato surpresa apresentado por Miranda para o deleite dos confrades: Fígado de Canguru, uma exclusividade gastronômica vinda do outro lado do mundo especialmente para o importante evento. Todos os cuidados com a logística foram tomados para que o prato, preparado na Austrália, chegasse ao Alto Beco do Fuxico na data certa e acondicionado em nitrogênio líquido, com a finalidade de manter todas as propriedades gustativas e o padrão de qualidade.

Um dos pratos especiais da festa de aniversário
Chiquérrimo, como diria aquele famoso colunista social mundano.

Sábado que vem tem mais!






terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sábado (1º) foi Rafael, no próximo tem mais aniversário

Rafael ao lado do banner recém-inaugurado

Mais uma vez o palco de eventos da travessa Ithiel Xavier, no Alto Beco do Fuxico, sede da Confraria do Alto Beco do Fuxico e da Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopia e Etc., (Alambique) abrigou um “aniversário de arromba”. Desta vez foi o confrade Rafael Barreto quem reuniu os amigos para comemorar mais uma primavera pueril.

Para reforçar o estômago delicado dos confrades uma suculenta dobradinha, cachaça Santa Teresa, da reserva especial de Rui Nunes, e cerveja bem gelada. Como sempre, com o Alto Beco fechado, foi montado um toldo para a exibição dos artistas da música itabunense. Não faltaram Carlinhos, Alex, Paulo Maia, e o próprio o próprio aniversariante, que se exibiu com violão e guitarra, proporcionando solos de blues, dentre outras tendências musicais. O músico revelação foi o confrade Pepê, que exibiu o melhor do seu estilo musical dançante. Do bairro Conceição, Caroba foi o músico eternamente convidado.

Taninha comandou a festa e cantou os parabéns pra Rafa
Além dos salamaleques de praxe, o bate-papo rolou à vontade e os confrades resolveram todos os problemas de Itabuna, da Bahia, do Brasil e do mundo enquanto parabenizavam o aniversariante pelo esmero da organização do evento. Como reza e preceitua a Constituição da Confraria do Alto Beco do Fuxico, o mestre de cerimônia José D’Almeida Senna fez as honras da casa, ou melhor, do Alto Beco, para o gáudio gastronômico e etílico dos confrades.

Uma dos destaques do evento natalício foi a inauguração do banner com as fotos de Rafael Barreto e Taninha, exposto no ambiente do toldo, “para marcar o território”, como explicou Rafael. A festa, que iniciou ao meio-dia em ponto, rolou até altas horas, com a finalidade de aproveitar e aproveitar a brisa noturna que sopra no Alto Beco do Fuxico.

Pepê surpreendeu ao se exibir cantando e dançando
Perdeu esse aniversário, não se incomode, no próximo sábado poderá ser comemorada mais uma das famosas festas do Beco.




domingo, 19 de agosto de 2012

Beco festeja mais um aniversário de José Senna

Senna observa os confrades se deliciando com o bacalhau

Neste sábado (18) o Alto Beco do Fuxico registrou mais uma data natalícia do promoter José D’Almeida Senna, o “Ibrahim Sued do Beco”. Passou dos 60 há tempos e não diz mais quantos janeiros está completando. Mesmo assim, reuniu amigos tantos para comemorar.

E não foram poucos que compareceram ao Bar Artigos para Beber, para levar o abraço ao amigo Senna e comer de pratos à base de Bacalhau (legítimo do Porto e da Noruega). Não faltaram cachaça da boa, pura ou de infusão, cerveja bem gelada, e música de primeira.

Rafael, Polega e Carlinhos, o trio parada dura do Alto Beco do Fuxico
Desde os tempos da Jovem Guarda, passando pelos bons sambas cariocas, MPB de respeito, forró, dentre outros estilos, ficaram a cargo de Carlinhos (ex-Phase e outras tantas bandas de sucesso), do musicista Rafael Barreto, Caroba, Paulo (guitarrista da extinta Banda Apache), dentre outros menos dotados.

Pepê, entre um gole e outro, administrava uma bandeja de pés de galinha

Após os devidos providenciamentos de segurança, a exemplo do fechamento do Beco Ithiel Xavier, a Confraria do Alto Beco do Fuxico e a Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopia e ETC. (Alambique), festejaram a mudança de idade do seu membro.

Ao final, por volta da 19 horas, foi dada a garantia de que no próximo ano terá mais festança. Mas enquanto a nova data não chega, os confrades continuarão se reunindo para comemorar outros aniversários, de preferência com bastante comes e bebes pelos sábados a fora, que ninguém é de ferro.



O BECO É DO POVO COMO O ABC É DO CABOCLO

Os clientes chegaram para mais a sessão
histórica de batidas no ABC da Noite

Faltou Beco e sobrou Fuxico na comemoração dos 50 anos do ABC da Noite. Centenas de abecezeiros lotaram o tradicional espaço da boêmia itabunense para dar um abraço no Caboclo Alencar e aproveitar a boca livre que só acontece a cada 50 anos, com direito a batidas, vinho, salgados e bolo de aniversário, tudo ´de grátis`.

festa teve direito a placas comemorativas, discurso (só do Caboclo),  exibição de um documentário sobre o ABC da Noite e muito fuxico, já que estamos em ano eleitoral e por lá passaram e conversaram animadamente juçaristas, azevedistas e vanistas. Todos, acima de preferencias políticas, futebolísticas e outros “íticas”, amigos de Alencar e fiéis às incomparáveis batidas do ABC da Noite.

Gabriel Nunes descerra a segunda
placa do ABC da Noite
Uma noite tão especial que o Caboclo, irredutível no horário de abertura de fechamento do ABC. Teve que fazer hora extra.

No final da festa, querendo espantar os abecezeiros que queriam esticar o ágape até altas horas, o Caboclo Alencar apareceu na rua com um fornido prato de salgadinhos e, mais Caboclo do que nunca, perpetrou:

- Comam ai que sobrou e eu ia jogar fora mesmo…

DO Blog do Thame

ALAMBIQUE HOMENAGEIA O “CABÔCO”

Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias, Etc. (Alambique), prestou merecida homenagem ao ABC da Noite, que completa 50 anos de bons serviçosetílicos, sob o comando do Caboclo Alencar.

Uma placa comemorativa ao cinquentenário do ABC da Noite foi afixada na parede do bar, imortalizando esse momento especial na história da boemia itabunense.

Mais uma entre as tantas e merecidas homenagens ao Caboclo Alencar.

HOJE É SEXTA FEIRA (27), DIA DE BEBER EM HOMENAGEM AO CABOCLO

O "Caboco" completa 50 anos servindo a "marvada"

Nesta sexta-feira, dia 27 de julho, será realizada uma merecida homenagem aos 50 anos do ABC da Noite, no Beco do Fuxico, ícone da boemia itabunense, comandado pelo Caboclo Alencar e suas batidas de antologia.

A festança começa às 18 horas, com direito à inauguração de uma  placa comemorativa. A bebemoração vai reunir os amigos de Alencar, o que garante lotação completa no Beco e se discurso houver, só do Caboclo, com sua gloriosa sabedoria de botequim.

Durante o ágape, a Via Litterarum vai comercializar, a preço camarada, exemplares do livro “O ABC do Caboco”, do professor e escritor Adylson Machado.

Abecezeiros, nesta sexta todos os caminhos levam ao Beco do Fuxico.

Ah, o Ministério da Alambique adverte: se beber, não aporrinhe.

DO BLOG DO THAME

sábado, 14 de julho de 2012

As façanhas de Carlos Farias – jurista e psicólogo


A mesa da diretoria volta a ter utilidade nos domingos festivos

A vida de aposentado não lhe fez bem e Carlos Farias tirou o pijama e foi se exercitar nas letras jurídicas. Agora, ao invés de se graduar em bacharel em direito pela Faculdade de Ilhéus receberá o título de desembargador – pela idade, é claro.
Ainda nos bancos da academia se inscreveu num concurso do Tribunal de Justiça da Bahia e foi aprovado no cargo de Conciliador. Preferiu se aprofundar no direito através da Academia. Com isso, ganharam os calouros, a exemplo do vereador e acadêmico em direito, Alisson Mendonça, que passaram a “beber” no conhecimento científico do mestre Farias.
Irrequieto, antes mesmo da formatura, prestou vestibular para o curso de psicologia, na mesma Faculdade de Ilhéus, sendo um dos melhores colocados. Na verdade, nem vestibular teria precisado fazer para ingressar no mundo do conhecimento da ciência que estuda e trata dos estados e processos mentais (comportamento humano e animal), mas esnobou conhecimento e dispensou a matrícula especial.
A notícia do ingresso em novo curso deixou amigos de Carlos Farias mais alegres e felizes do ele mesmo. Um deles, o jornalista José Adervan, já marca no calendário os domingos festivos ocupando um dos assentos à mesa da diretoria, à sombra da jaqueira, para jogar conversa fora, comer e beber das especialidades gastronômicas de dona Telma.
O Barão de Popoff voltará a tecer elogios ao casal anfitrião
Domingueiras, diga-se de passagem, com a presença física de mestres de algumas matérias menos fáceis. Entretanto, a bem da verdade, nesse caso, são válidos (os fins justificam os meios), pois conta com a benção divina, haja vista as benções consagradoras do lauto ágape, realizadas solenemente pelo Padre João Oiticica, pároco da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Malhado.
Calado, analisando o que poderá vir pela frente, o jornalista Antônio Lopes, mesmo concordando com a afirmação do Barão de Popoff, o Raimundo Kruschewsky, de que Carlos Farias é o último dos grandes anfitriões de Ilhéus, diz, de forma dissimulada, que “vai sobrar” para dona Telma. E olha que ele não se refere às atividades gastronômicas.

sábado, 21 de abril de 2012

Toda ausência é atrevida – a assim “Geraldo dançou”


O histórico cachacistico de Geraldo não
convenceu os membros das academias

Aproveitando a ausência temporária do todo-poderoso e plenipotenciário presidente da Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopia e Etc. (Alambique), Daniel Thame, os membros da academia, em assembleia conjunta com a Confraria do Alto Beco do Fuxico, vetaram a ingresso do deputado federal Geraldo Simões nas duas entidades.
Após intermináveis discussões na noite de sexta-feira (20), no Bar Artigos para Beber, por unanimidade dos presentes, o veto teve como base o relatório de atrocidades cometidas por Geraldo Simões quando no uso de bebidas alcoólicas. Segundo o relator do processo de pedido de ingresso, o diretor de Assuntos Meotísticos da Alambique, Leléu, o candidato (Geraldo Simões) não reúne as qualidades necessárias de um bom biriteiro e não passa de “copo sujo”.
Ainda no relatório, ficou explícito que por diversas vezes, quando do uso de uns conhaques, Geraldo Simões teria praticado atos incompatíveis com a conduta de um confrade ou acadêmico. “Todas as vezes que enche a cara promove atos impróprios para um “bom copo”, como tomar vassouradas na Califórnia, perder a direção do carro na BR-415, no trecho Ilhéus-Itabuna, dentre outras atitudes incongruentes com a honraria”.
E, continua o relatório: “Por último, ao encher a cara, na semana passada, cometeu mais um desatino, pedindo a cabeça de jornalistas que não rezam pela sua cartilha, conforme fato ocorrido e acontecido após a ingestão de uns quatro whiskys (paraguaios, diga-se de passagem), ligou para o diretor da Bamin para exigir a demissão do jornalista Ricardo Ribeiro, fato considerado desavergonhado e indigno de um membro de conceituadas instituições da qualidade da Alambique ou da Confraria do Alto Beco do Fuxico”.
Em ata lavrada e assinada pelos presentes no Alto Beco do Fuxico, publique-se e cumpra-se.

  

quinta-feira, 12 de abril de 2012

“COMER ÁGUA AO VOLANTE” ESTÁ CADA VEZ MAIS DIFÍCIL


A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (11) em votação simbólica, por unanimidade, o projeto de lei apresentado pelo deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que amplia o número de provas que podem ser usadas para constatar o estado de embriaguez do motorista condutor de veículo. A medida visa a aperfeiçoar a chamada Lei Seca, que trata da punição de motoristas que dirigem sob efeito de determinado nível de álcool no sangue.
O texto aprovado estabelece que podem ser usadas, para constar a embriaguez, provas testemunhais, exame clínico, imagens e gravações em vídeos. Pela lei atual, só podem ser aceitas como provas o teste do bafômetro e o exame de sangue. Ele também dobra a multa de quem dirigir sob efeito de álcool ou outras drogas que causam dependência. O valor da multa para quem dirigir sob influência de álcool, que hoje é R$ 957,70, passa para R$ 1.915,40.
A matéria foi aprovada na forma de substitutivo apresentado pelo deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) apresentado ao projeto de Hugo Leal. Caberá agora aos senadores discutirem e votar a ampliação de provas que podem ser usadas para constatar a embriaguez de motoristas. Se o texto for modificado, ele retornará para nova votação na Câmara.
A decisão de votar a matéria nesta quarta-feira foi tomada na semana passada, em reunião do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), com líderes partidários e com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e das Cidades, Agnaldo Ribeiro. Recentemente o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou válidas apenas as provas de exame de sangue e de teste do bafômetro.
Mais informações acesse Câmara dos Deputados

PESQUISA REVELA: CACHAÇA DEIXA CÉREBRO MAIS LIGADO


Bebo, logo existo. E penso mais rápido...

Uma pesquisa realizada por psicólogos da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, afirma que beber álcool em quantidades moderadas pode deixar o cérebro mais “afiado” para lidar com atividades que requerem criatividade.
O estudo foi feito com 40 homens de idades entre 21 e 30 anos recrutados de forma voluntária através do site Craigslist. Metade deles foram alcoolizados até atingir concentração de álcool no sangue de 0,075, que é acima do permitido para motoristas na maioria dos Estados americanos. Os demais continuaram sóbrios durante o estudo.
Em seguida, todos os 40 participantes foram submetidos a testes de Associações Remotas de Mednick (RAT, na sigla em inglês), que é uma forma simples e rápida usada por psicólogos para avaliar a solução de problemas criativos.
Os cientistas apresentam três palavras ao entrevistado – por exemplo, “mate”, “cadeira” e “bule”. O objetivo é encontrar uma palavra comum que possa ser associada a cada um destes termos, como a palavra “chá” (formando a palavra composta “chá-mate” e as expressões “chá de cadeira” e “bule de chá”).
Os participantes que estavam alcoolizados conseguiram acertar mais vezes as respostas, do que os sóbrios. O índice de acerto entre as pessoas que haviam bebido era de 58%, em comparação com 42% dos que não tinham ingerido álcool.
Além disso, eles apresentaram respostas de forma mais rápida (12s para os alcoolizados, em comparação com 15s dos sóbrios) e com maior incidência de “lampejos espontâneos”. Isso sugere que o álcool pode, em determinados casos, contribuir para que as pessoas encontrem respostas mais rápidas e de forma mais criativa. (da BBC Brasil)
PS- É por isso que na Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias, Etc. (Alambique), os imortais pensam (e bebem) rápido que é uma beleza!

domingo, 25 de março de 2012

MORRE ROMILDO FERNANDES

Walmir Rosário, José Adervan, Romildo Fernandes e Mariosvaldo  Macedo (de costas) no Alto Beco do Fuxico
O engenheiro e empresário agropecuário Romildo Fernandes faleceu às 2 horas deste sábado (24), em São Paulo, onde realizava tratamento cardíaco. Há algum tempo Romildo lutava contra problemas de saúde. Romildo deixa a esposa e dois filhos.
Romildo Fernandes é um homem de personalidade forte, apesar de tímido, determinado no que se propunha fazer. Ultimamente era um dos maiores incentivadores da luta pela recuperação da lavoura cacaueira e os desmando praticados pelos introdutores da vassoura-de-bruxa nos cacauais do Sul da Bahia.
O corpo de Romildo será transferido para Salvador, onde será sepultado neste domingo (25).

BARRAKITIKA RESISTE E COMPLETA 31 ANOS


Um dos famosos Carnaval dos Carnavais promovido pelo Clube RM na Barrakitika, com música saudosista 
A extensão do lar. Assim é considerado o bar que cada um frequenta. Há quem diga que todo o mundo tem um botequim para chamar de seu. E é verdade. Em Ilhéus, um desses espaços etílicos é a Barrakitika, comandada com competência por Bruno Susmaga há 31 anos.
Claro que existem botequins para todos os gostos, indo desde o tradicional pé-sujo, o dos frequentadores no pé-do-balcão, até os mais sofisticados, que exibem um cardápio de fazer inveja aos mais refinados. Pois a Barrakitika está incluída nesse grupo, com uma cozinha maravilhosa, bebidas das mais variadas, daquelas que dá pra fazer um tour pelo mundo inteiro.
Porém, como não é só comida e bebida que faz o homem feliz, o botequim precisa ter alma. Sim, isso mesmo, alma, o mesmo que aquela sensação agradável que sentimos quando aconchegado, não importando o lugar, desde que rodeado de amigos, bom papos, histórias mil. E na Barrakitika isso tem de sobra, senão, vejamos:
Qual o botequim que se dá ao luxo de ser porta de entrada e saída (claro) e corredor da Casa dos Artistas, onde se exercita o mais fino teatro de Ilhéus? Qual o melhor local para sediar o Clube RM (ou dos Rolas Murchas, como queiram), com reuniões ordinárias a partir do meio dia de todos os sábados e um grito de Carnaval (também no sábado)? Somente na Barrakitika, especialmente localizada no providencial Beco das Marchinhas.
Até mesmo o todo-poderoso presidente da Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopia e Etc. (Alambique) – com todos os poderes que lhe são revestidos como ser imortalcoolizado – já utilizou os serviços da Barrakitika para lançar o livro “A Mulher do Lobisomem”, com direito a sessão de autógrafos e tudo mais que tem direito.
E para mim a Barrakitika não podia ser indiferente, frequentador que sou dos botequins. Tanto, assim que em 27 de novembro de 2004, publiquei uma crônica no Jornal Agora, sobre a democracia reinante nos botequins, incluindo, aí a Barrakitika. Para os saudosistas que queira relembrar…não façam cerimônia.

Democracia a toda prova

Walmir Rosário*
Nada melhor do que jogar conversa fora num botequim. Quem conhece a filosofia dos frequentadores dessas extensões do trabalho e de casa sabe que não existe nada melhor do que uma boa discussão para voltar pra casa aliviado das tensões após um dia de trabalho estafante. Até hoje não sei por que cargas d’água os médicos (principalmente os cardiologistas) não prescrevem para os estressados candidatos a pontes de safena uma passadinha diária num dos muitos botequins dacidade.
Botequim que se preza deve oferecer aos clientes boas e variadas bebidas, cerveja gelada e tira-gostos de se comer “rezando”. Taí uma receita que não falha e depende apenas de acrescer uma boa dose de atendimento exemplar, que o sucesso está assegurado. Com todos esses ingredientes, bons clientes chegarão aos borbotões, e como o homem é um ser gregário, aí é só ir fazendo a seleção natural.
Eu mesmo conheço vários em diversas cidades, aos quais faço questão de frequentar sempre que retorno, pois vejo os amigos, fico a par das notícias passadas e ainda posso fazer previsões para o futuro. Em Ilhéus, até hoje “choro” o desaparecimento do Sancho Pança, reduto de vários “tribos”, que se reuniam em vários ambientes.
Mas como Secundino decidiu mudar de ramo, mudaram-se também os clientes para a não menos gostosa Barrakitika, que resiste bravamente até hoje, reunindo artistas e intelectuais das mais diversas expressões, boêmios de todos os naipes, executivos e até quem não gosta de nada disso e só quer beber em paz. Aos poucos, esses importantes redutos vão caindo, enquanto outros, como os botecos do Beco do Fuxico, em Itabuna, a exemplo do ABC da Noite, Whiskitório, e o Ithyel (hoje, Artigos para Beber, de Eduardo), vão ficando como os últimos bastiões da democracia.
Democracia, sim, porque não há outro local onde o contraditório, a discordância de idéias sejam tão respeitados como numa mesa de bar. E vai além, nesses locais, o debate vai muito além das quatro cadeiras (de uma mesa) e chega até às mesas vizinhas sem a menor cerimônia. Esporte, vida alheia e política são as mais preferidas, esta última capaz de exaltar os ânimos dos mais comedidos (a depender de quantas doses já tenham tomado), e tudo fica esclarecido.
Que maior exemplo de democracia poderia ser apresentado ao leitor do que a mesa de bar, onde os pares se reúnem sem pauta prévia nem obrigação de presença e dentro dos mais altos padrões de civilidade. No caso do bar, ainda levam muita vantagem em relação a muitas câmaras municipais, já que não complicam a vida dos munícipes nem gastam o dinheiro do contribuinte. Sem contar que debatem assuntos da comunidade.
Com isso não quero aqui execrar o trabalho dos ilustres edis, cada vez mais repudiados pelos nossos eleitores, principalmente por não costumar honrar, durante o mandato, os compromissos assumidos na campanha. Os altos subsídios (salários) percebidos para fazer pouco (ou, em alguns casos, nada) também são motivos de baixa reputação dos nossos eleitos junto à plebe ignara.
Nada mais nos resta do que, com todo o respeito, reivindicar junto aos nossos deputados federais, senadores e ao presidente da República, a convocação de uma Constituinte, para que possamos modificar o papel dos parlamentares municipais. Ao invés de eleições caríssimas, poderíamos eleger alguns bares da cidade e, através do debate democrático exercido pelos freqüentadores, apreciar (democraticamente) e aprovar as questões mais prementes da sociedade.
Uma idéia de vanguarda como essa poderia fazer com que os políticos passassem a agir de acordo com a vontade das bases, atuando em sistema de rodízio, de acordo com a proximidade da questão. Assim, o povo do São Caetano não estaria interferindo nas questões da Califórnia e vice-versa. Porém, a maior contribuição seria a conscientização sobre a necessidade do exercício da democracia, sem pressões, como exercem hoje nossos prefeitos.
*Advogado, jornalista e frequentador assíduo de botequins.

sábado, 10 de março de 2012

Alambique desbanca pesquisa americana

Em assembleia extraordinária realizada na noite desta sexta-feira (9), no Alto Beco do Fuxico, a Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopia e Etc. (Alambique) desqualificou a pesquisa realizada por três cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, que destacam um responsável pela mudança na saúde pública mundial, além do cigarro e do álcool: o açúcar.
Na pesquisa, os autores afirmam que os efeitos danosos do açúcar no organismo humano são semelhantes aos promovidos pelo álcool e que seu consumo também deveria ser regulado. Isso porque de acordo com as Nações Unidas, doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes e problemas no coração já são responsáveis por cerca de 35 milhões de mortes ao ano.
O argumento utilizado pelos acadêmicos imortalizados no álcool foi o de que a pesquisa é inócua, pois há anos o tema é de largo conhecimento no Alto Beco do Fuxico e bares afamados de Itabuna que, ao prepararem a bebida, perguntam aos clientes se preferem adoçantes ao uso do açúcar. Em alguns casos, a depender do grau da diabetes, recomendam a caipirinha sem doce algum.
Como a matéria foi de amplo consenso entre os acadêmicos, nada mais foi dito nem perguntado, expedindo-se uma nota oficial sobre o assunto, censurando os cientistas e a universidade por gastarem o dinheiro do contribuinte americano com pesquisas de somenos importância. Após a conclusão da nota, os acadêmicos sorveram altas doses de caipirinha, com açúcar, por não estarem incluídos nesse grupo de risco.